Caiado recua de medidas rígidas sobre o coronavius

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O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), recuou, por enquanto, da implantação de medidas mais restritivas contra o coronavírus. Ele havia anunciado que baixaria um decreto com normas mais “rígidas”, mas nesta quinta-feira (14), ele reclamou que não teve apoio para realizar as mudanças, afirmaando que segue aberto ao diálogo, pois que não adianta fazer um decreto por fazer, disse o Governador.

 

Caiado falou ainda,  ” que estamos construindo uma alternativa (…) Um decreto tem que ter participação do governo, das entidades de classe, dos prefeitos, das autoridades e o sentimento da população. Não vale a pena fazer um decreto por fazer decreto”, afirmou Caiado.

Na última terça-feira (12), Caiado já havia informado que o novo decreto seria mais “rígido” e liberaria apenas o funcionamento de áreas consideradas essenciais. Na ocasião, ele adiantou também que haveria um “fechamento significativo das atividades econômicas”, como forma de tentar alcançar um número de isolamento da população próximo de 60%. Mas, o governador mudou de ideia. E disse que não irá publicar um novo decreto, alegando que o documento não pode ser “letra morta”. Por isso não editaria novas regras sem consultar todos os setores envolvidos. Ele disse também, que o estado não pode arcar com todas as responsabilidades. “Não é apenas sobre o estado de Goiás a responsabilidade. Se está desempregado, a culpa é do governo. Não tem leito de UTI e o paciente morreu, a culpa é do governo. Aí não dá. Todas as pessoas têm que ter uma responsabilidade de compartilhar isso”, Desabafou o Governador.

“O que tenho feito é conversar. O que adianta um decreto sem apoio dos prefeitos? […] O que vai resolver o governador sem que haja os prefeitos, as autoridades, lideranças políticas, lideranças empresariais envolvidos no processo?”, questionou.

Usando números, Caiado falou sobre a piora da situação de Goiás em relação ao coronavírus. Ele lembrou o primeiro decreto publicado em relação ao tema, em 12 de março, e disse que na época tinha apoio maciço da população, o que, segundo ele, não ocorre atualmente.

“Quando decretamos e publicamos o primeiro decreto, de 12 de março até atingirmos 100 casos, foi um período de 39 dias. Só ontem [terça-feira, 13], nós ultrapassamos 100 casos por dia. Tínhamos menos de um óbito por dia. Ontem nós tivemos nove casos. Hoje estamos colhendo exatamente aquilo que nós plantamos”, destacou.