Vereadores de Goiatuba desistem da CPI

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O Prefeito de Goiatuba José Alves da Silva, “Zezinho”, acertou com 10 dos 13 vereadores e impediu a instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que vinha sendo articulada por alguns vereadores. A informação nos foi dada por um assessor do prefeito, há mais de um mês, quando o prefeito foi denunciado por superfaturamento da Festa de Exposição Agropecuária do ano de 2018, que custou mais de R$1.500.000,00 (um milhão de reais) aos cofres públicos.

No mês de março deste ano, a própria Câmara Municipal convocou os membro da Comissão de Festa de Exposição Agropecuária para darem explicações sobre o processo da festa, especialmente ao super faturamento de contratos, incluindo o do show do cantor mirim Hugo Henrique, que é comercializado por 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) e foi superfaturado pela prefeitura de Goiatuba, ao custo R$100.000,00 (cem mil reais), ou seja, quatro vezes a mais.

Pela convocação da Câmara, no dia 11 de março, na parte da manhã estiveram presentes alguns membros da Comissão de Festa, e na parte da tarde, às 14h, o presidente da Festa Osvaldo Neto, foi ouvido pelos vereadores que o questionaram, sobre as despesas e receitas da festa. Especialmente, sobre recebimentos e pagamentos, sem conta específica do Município, para movimentação financeira do evento. E o presidente da Comissão de Festa Osvaldo Neto respondeu com naturalidade, dizendo que o dinheiro que entrava, ele pagava o que tinha de ser pago, apenas sob o controle da Comissão de Festa, sem nenhum registro em nenhuma conta específica da Prefeitura.

Na ocasião, o vereador Carlos Eduardo Borges Pereira, “Japinha” ironizou, sobre a questão do estacionamento, quando o presidente Osvaldo Neto, apresentou o resultado de 425 (quatrocentos e vinte e cinco) veículos estacionados, durante todo o período da festa. O vereador Japinha disse que “preferia acreditar, ter tido um equívoco de informação, por parte da Comissão de Festa, que certamente, deveria ter esquecido, de colocar um zero a mais, quando foram descrever o resultado da prestação de contas”, disse o vereador.

Já o vereador “Branquinho”, desabafou na época, dizendo que “no momento, em que falta remédio à população de Goiatuba, as ruas quase todas esburacadas, as estradas rurais sem condições de tráfego da safra e as máquinas sucateadas; não devia investir mais um milhão e quinhentos mil reais, numa festa que duraria apenas uma semana, sem antes arrumar a casa”, disse o vereador.

Mas na penúltima reunião da Câmara, deste mês de junho, quando o vereador Gabriel Faleiros pediu para os vereadores assinarem o pedido da CPI, o mesmo vereador Branquinho usou a palavra dizendo ser contra a instalação da CPi, justificando que o Município não suporta mais uma troca de prefeito.

Entretanto, o vereador Gabriel Faleiros explicou, que a CPI não cassa prefeito, e sim investiga os fatos, para posteriormente, ser julgadas as possíveis irregularidades. Mesmo assim, não conseguiu o mínimo de assinatura de 05 (cinco) vereadores, para instalação da CPI.

De acordo com as informações do assessor do prefeito, passadas a nossa reportagem, em março, Branquinho era um dos vereadores que estava contra o superfaturamento da festa. Os demais, o prefeito Zezinho já havia negociado com eles, para barrar a CPI
Inclusive o presidente Câmara Luiz Humberto Pereira Júnior, “Beto do Sus”, afirmou o assessor .Perguntado pela reportagem, como foram feitas as negociações, o assessor não soube informar, dizendo que cada vereador tinha a seu próprio interesse. Mas, adiantou que o prefeito havia dado alguns cargos comissionados para alguns vereadores que reivindicaram isso.